12/07/2025 15:21:00

Namorado matou estudante trans da Unesp para esconder relacionamento; aponta polícia

Pedro Brum/Redação RedeTV!

Pai da vítima pede justiça e reforça apelo pelo paradeiro do corpo da filha 

(Foto: Reprodução/TV TEM)

O desaparecimento da estudante trans Carmen de Oliveira Alves, de 25 anos, completa quatro semanas neste sábado (12). Embora seu corpo ainda não tenha sido localizado, a Polícia Civil de São Paulo prendeu dois suspeitos e investiga o caso como feminicídio.

Entre os presos estão Marcos Yuri Amorim, namorado de Carmen, e o policial militar ambiental da reserva Roberto Carlos de Oliveira, que, segundo a polícia, mantinha um relacionamento paralelo com Marcos, segundo informações do delegado responsável pelo caso, Miguel Rocha.

A investigação indica que o crime teria sido motivado por duas razões principais: a pressão que Carmen exercia sobre Marcos para que ele assumisse publicamente o namoro, e a descoberta, por parte dela, de supostas práticas ilícitas cometidas pelo companheiro. Carmen teria elaborado um conjunto de provas de crimes como furtos, que teriam sido praticados por Marcos. A polícia acredita que ele tenha decidido matá-la no Dia dos Namorados, 12 de junho, para evitar a exposição.

De acordo com os investigadores, Roberto Carlos teria ajudado Marcos na execução e ocultação do crime. O policial também mantinha um relacionamento afetivo com o principal suspeito e, segundo a polícia, "sustentava e bancava" financeiramente Marcos. A participação dele é vista como de um "comparsa direto".

Carmen desapareceu após sair do campus da Unesp em Ilha Solteira, onde cursava zootecnia, para fazer uma prova. Ela deixou a universidade em uma bicicleta elétrica preta e não foi mais vista. Câmeras de segurança analisadas pela polícia mostram a jovem entrando na casa de Marcos, mas não registram sua saída do local.

Marcos vive em um assentamento em Ilha Solteira, a 674 km da capital paulista. A polícia conseguiu autorização da Justiça para quebrar o sigilo telefônico da vítima e dos suspeitos. As informações extraídas do celular de Carmen indicam que ela não deixou a cidade.

Apesar de intensas buscas com apoio de cães farejadores e drones nas redondezas da residência de Marcos, o corpo de Carmen ainda não foi localizado. A polícia, no entanto, sustenta que ela foi assassinada e teve seu corpo ocultado por Marcos e Roberto.

Os dois suspeitos negam envolvimento no crime. A defesa de Roberto Carlos declarou ao portal UOL que ele é inocente e provará que não cometeu os crimes de que é acusado.

O pai de Carmen, Gerson, pediu justiça e reforçou o apelo pelo paradeiro da filha. “Precisamos do corpo, ou de onde ela esteja, para a gente ficar em paz”, disse ele nas redes sociais. Em tom emocionado, também pediu punição aos responsáveis pelo que chamou de "brutalidade".

A Unesp divulgou nota manifestando solidariedade à família de Carmen e lamentando profundamente o momento de angústia. A universidade afirmou que tem colaborado com as investigações e repudiou toda forma de violência, reafirmando seu compromisso com a "defesa da vida e da dignidade humana".

Marcos Yuri, principal suspeito do crime, também é aluno do curso de zootecnia da Unesp. Estudantes têm se mobilizado nas redes sociais para pedir sua expulsão, mas até o momento a universidade não se pronunciou oficialmente sobre o assunto.

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