"Gravava elas se mutilando peladas", revela jovem sobre grupo no Discord que praticava crimes
Caio Fonseca/Redação RedeTV!Adolescente expõe rotina de ameaças, abusos e automutilação em rede virtual
(Foto:Pixabay)
Nesta terça-feira (21), o programa Profissão Repórter conversou com uma jovem de 14 anos que foi apreendida pela Polícia Civil do Paraná por envolvimento em crimes cibernéticos na plataforma Discord. Ela é suspeita de participar de um grupo que teria atacado um morador de rua no Rio de Janeiro e transmitido a agressão ao vivo nas redes sociais.
De acordo com a reportagem, a entrevista foi autorizada pela Justiça. Além dela, outros três adolescentes são suspeitos de integrar o grupo. “Eu era namorada do que tacou fogo no mendigo. Tudo começou no início de 2023, quando eu comecei a jogar online e conheci pessoas que foram me oferecendo trabalhos em servidores. Acabei entrando em associações criminosas”, disse a jovem.
Na sequência, a adolescente, que não teve o nome divulgado, explicou como funcionavam as ameaças e extorsões, e ainda relatou que se automutilava fora do ambiente online.
“Eu puxava os dados das garotas que não queriam obedecer. Então, a gente dava um jeito de ameaçar. Pegava os dados da mãe, mandava para elas e dizia que tinham 10 minutos para decidir o que queriam, senão a gente acabava com a vida delas. Pegava nome da escola, grupo da escola, tudo”, explicou ela sobre o processo de intimidação usado pelo grupo. Em seguida, comentou sobre os casos de automutilação que registrava.
“Normalmente eram garotas se automutilando. Eu gravava e mandava tudo para o Andrei. Gravava elas se mutilando peladas”, contou, antes de revelar que também começou a se cortar: “Comecei a me automutilar em 2022, numa fase difícil. Não tinha uma boa relação com minha mãe, brigava com minha irmã, com meu pai, e não me dava bem com ninguém na escola”, completou a jovem.
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