07/04/2025 11:27:00 - Atualizado em 07/04/2025 11:27:00

Bolsonaristas apostam em Tarcísio de Freitas para destravar anistia no Congresso

Ana Souza / Redação RedeTV

Governador de SP foi o mais pressionado entre os chefes estaduais que participaram do ato na capital paulista

(Foto:Reprodução/Instagram)

A presença do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) no ato promovido por bolsonaristas neste domingo (6), na Avenida Paulista, em São Paulo, colocou-o no centro das articulações políticas em torno do projeto de anistia aos réus dos atos golpistas de 8 de janeiro. Próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador paulista tem sido cobrado por aliados para ajudar a ampliar o apoio à proposta no Congresso Nacional, ultrapassando os limites da base do Partido Liberal.

Tarcísio é visto como uma ponte com o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), atual presidente da Câmara dos Deputados, apontado por setores bolsonaristas como um dos entraves ao avanço da proposta legislativa. Durante o ato em São Paulo, o deputado Altineu Cortês (PL-RJ) subiu ao palanque e cobrou publicamente um posicionamento do governador. Tarcísio respondeu que atuaria na articulação com parlamentares. Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) também deu resposta semelhante. Já Ratinho Júnior (PSD-PR) havia deixado o carro de som antes de ser questionado.

Entre os sete governadores presentes ao ato, apenas dois são filiados ao PL. Os demais integram siglas de centro e centro-direita, como PSD, Republicanos e União Brasil — partidos com bancadas divididas entre apoio ao governo Lula e simpatia pelo bolsonarismo. Nesse contexto, Tarcísio é visto como uma figura-chave para tentar atrair apoio de parlamentares fora do núcleo ideológico mais rígido, em busca das 257 assinaturas necessárias para acelerar a tramitação do projeto.

Antes mesmo do evento, Bolsonaro afirmou que teria obtido o compromisso de Gilberto Kassab, presidente do PSD e secretário de Tarcísio, em apoiar a proposta. No entanto, fontes próximas a Kassab indicam que ele deve liberar os parlamentares da sigla para votar como acharem melhor, dada a diversidade de posicionamentos dentro do partido.

O pastor Silas Malafaia, organizador do ato, também dirigiu críticas a Hugo Motta, responsabilizando-o pela ausência de apoio formal à proposta de anistia. Em seu discurso, porém, recuou nas críticas mais duras, preferindo um apelo para que o deputado “mude de postura” e ajude a aprovar a medida, que ainda enfrenta forte resistência no Congresso.

Para o cientista político e assessor legislativo Murilo Medeiros, o evento marcou uma tentativa inicial de romper a bolha bolsonarista e atrair setores mais amplos da direita em torno da anistia. No entanto, ele avalia que a adesão de partidos de centro e centro-direita ainda é incerta, especialmente diante de um cenário político indefinido para as eleições de 2026.

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