Da base ao profissional, o goleiro comentou sobre sua experiência internacional e as disputas na na elite do futebol brasileiro

(Foto: Reprodução/Instagram)

Com elencos recheados de craques experientes e jóias promissoras, a Série B de 2025 promete emoções dignas da elite do futebol nacional. Clubes históricos, acostumados aos grandes palcos, lutam rodada a rodada pelo acesso, enquanto suas torcidas mantêm viva a chama da paixão nas arquibancadas. A mistura de tradição, talento em ascensão e jogos cada vez mais disputados transforma a competição em um verdadeiro espetáculo, provando que a Série B está mais relevante do que nunca.

Agora, como nova casa da Série B do Campeonato Brasileiro, a RedeTV! vai mergulhar nos bastidores da competição e conversar com alguns dos craques em ação.

Para isso, conversamos com o guarda-redes Adriel Vasconcelos, do Athletic, para entender um pouco mais sobre um jovem que teve passagens pela elite do futebol brasileiro e hoje disputa a segunda divisão.

Durante o bate-papo, o ilheense falou um pouco sobre suas passagens pelo Grêmio, de Renato Gaúcho, e Bahia, de Rogério Ceni. Além de falar sobre sua experiência ao lado do clube nordestino em uma viagem à Inglaterra, onde tiveram contato com um dos maiores clubes do mundo, o Manchester City.

INÍCIO

O goleiro de 24 anos recordou como foi ingressar na carreira de jogador, enfrentando peneiras, negação familiar e o futuro incerto. “Meus pais tinham muito medo de eu sair cedo de casa, porque na minha cidade o futebol não era tão oportunizado. Eles queriam que eu estudasse, tivesse uma vida estável, uma vida boa e priorizasse sempre o estudo. E acabou que eu fui fazer o teste escondido, meu tio acabou me levando e eu acabei passando”, comentou.

Além do teste, o paredão teve que enfrentar um obstáculo ainda mais difícil, a mãe, que inicialmente não o liberou para jogar bola, porém, após conversar e tocar no coração de sua matriarca, teve o acesso liberado para fazer o que mais ama.

Ao relembrar sua trajetória nas categorias de base do Grêmio, o jovem goleiro destacou que um dos principais fatores que o fizeram evoluir como profissional foram as companhias que ele teve durante sua formação. “Tive oportunidade de trabalhar com um dos melhores treinadores de goleiro que tem, que hoje está no profissional, que é o Matheus Famer, e acabei aprendendo muita coisa”, iniciou.

(Foto: Reprodução/Instagram)

Apesar de ser novo, Adriel carrega uma bagagem por dois clubes gigantes da elite do futebol, e ao ser questionado sobre sua escolha de ir ao Athletic e disputar a segunda divisão, ele disparou: “Quando eu recebi a proposta do Athletic, eu vi como uma grande oportunidade de estar performando de novo, de ganhar mais minutagens e, querendo ou não, virou uma grande vitrine”, pontuou.

Além disso, ele afirmou que um dos motivos para escolher o Athletic como sua nova casa foi a visibilidade e a oportunidade que teria dentro do elenco. Segundo ele, essa nova fase, mesmo sendo na Série B, funciona como uma vitrine para que seu futebol volte a ser visto, abrindo caminho para um possível retorno à elite do futebol brasileiro, a Série A.

Ainda quando disputava os campeonatos de base pela equipe gaúcha, o jogador se destacou e chegou a ser convocado pela seleção brasileira Sub-20. “Pra mim, foi uma realização de um sonho, não esperava, apesar de ter ido bem, a gente nunca espera ser convocado. E pra mim foi uma realização de um sonho. Fiquei muito feliz. Minha família também, meus pais, enfim”.

(Foto: Reprodução/Instagram)

SUPORTE FÍSICO E MENTAL

No futebol, não é apenas a parte física que conta, o lado mental também possui um papel fundamental no desempenho dos atletas, já que o esporte exige concentração, equilíbrio emocional e resiliência.

Com experiência em diversos clubes do Brasil, o camisa 31 destacou a importância do apoio psicológico no ambiente esportivo e elogiou a estrutura oferecida por seu atual clube.

Segundo ele, a presença de uma psicóloga à disposição do elenco, tanto para atendimentos individuais quanto em grupo, tem sido um diferencial positivo dentro e fora de campo. “Isso é muito importante. Ela (psicóloga) vem fazendo um ótimo trabalho e nos ajudando. Eu mesmo, tenho trabalhado isso particularmente, também. Desde o Grêmio, depois no Bahia. Vem comigo de anos já, então pra mim é mais que uma necessidade, é preciso mesmo”, afirmou.

PRESSÃO DA TORCIDA

Adriel acredita que a torcida foi o divisor de águas durante sua transição da base para o profissional, sendo o ponto mais desafiador nesta fase. “A gente na base não tinha tanto público, então a gente não tinha noção do peso, né? Apesar da gente saber a história do clube, saber da importância de estar vestindo a camisa do Grêmio. Eu acho que quando tem um fator torcida, muda muita coisa”, afirmou.

O paredão do Athletic também relembrou como foi sua estreia no profissional do Grêmio. “No meu primeiro jogo, eu pensei muito nisso: ‘Caraca, se eu errar, vai ser 40 mil, 30 mil pessoas me vaiando’. Mas depois que eu entrei em campo, eu tive meus minutos de ansiedade, que me atrapalharam um pouco no início, mas depois foi natural”, recordou.

DIFERENÇA ENTRE SÉRIE A e B 

Sua mudança do Bahia para o Athletic, segundo o próprio jogador, foi um “choque de realidade”, já que ele estaria saindo da elite do futebol brasileiro para disputar a Série B. “Foi um momento difícil, mas depois foi mais tranquilo. Visando, claro, que era um momento de grande oportunidade para mim, acho que no decorrer do tempo foi se encaixando perfeitamente”, relatou.

Ele também comentou sobre a pressão que é jogar a Série A e a maior diferença que existe em relação ao acesso. “Pra estar na Série A, tem que ser grande. Aqui (no Athletic) eu até brinco que se tivesse três derrotas seguidas, acho que a torcida já tava na nossa porta, já não podia sair na rua. E na Série B não, acaba tendo um pouco mais de empatia”, comentou.

POLÊMICA NO GRÊMIO

Um episódio ficou marcado durante sua passagem pelo tricolor gaúcho, no qual Adriel dá um soco na porta do vestiário da Arena do Grêmio por conta das críticas dos torcedores. Na ocasião, o goleiro ficou afastado do elenco principal por indisciplina.

Apesar da situação, ele acredita que este episódio está bem resolvido e que, naquele momento, a imaturidade falou mais alto, acreditando que se acontecesse um episódio relacionado, “já seria outro Adriel, outra atitude”.

Mesmo vivendo essa polêmica no Grêmio, o jovem goleiro deseja retornar e dar alegria aos torcedores gaúchos. “Eu tenho um carinho enorme pelo Grêmio. Conheci minha esposa no Sul, meus filhos são gaúchos. Então, eu tenho dentro de mim que um dia eu quero retornar, dar alegria de novo ao torcedor gremista”, afirmou.

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VISITA AO MANCHESTER CITY

Enquanto jogador do Bahia, Adriel teve a oportunidade de viajar com o elenco do esquadrão de aço para a Inglaterra e conhecer de perto os craques do Manchester City, além de visitar a estrutura do clube inglês.

“Ah, foi muito legal, tenho muitas recordações, vídeos, fotos. Eu trouxe até uma garrafinha de água da Inglaterra”, recordou. O ex-jogador do Bahia também falou como foi o contato com os atletas de alto nível da Europa: “Estar perto assim foi meio um choque, tu vê o De Bruyne jogar e depois tá lá apertando a mão dele, ou o Haaland falando com você, o Guardiola também. O que mais me marcou foi a experiência com Ederson, que a gente pôde conversar, perguntar como é que estava lá, como é que era o Bahia, como é que estava crescendo o projeto do grupo City ali no clube”.

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PASSADO E FUTURO

Questionado sobre a sua relação com a bola no pé no início de sua carreira, Adriel revelou que sempre teve o sonho de fazer gol, não de tomar. “Tentei várias vezes de centroavante, lateral, zagueiro, até que eu fiquei mais no banco do que dentro do time e acabei indo pro gol”, revelou o atleta com bom humor.

Apesar dos altos e baixos vividos durante sua trajetória no futebol, o goleiro do Athletic acredita que não mudaria nada em sua carreira. “Tudo que aconteceu na minha vida, acho que me moldou pra pessoa que eu sou hoje. Aprendi a ser mais humilde, aprendi a ser mais paciente, aprendi a me dedicar mais, aprendi a ser mais profissional, então acho que tudo que aconteceu, acho que foi pra algo maior”, respondeu sem hesitar.

Adriel ainda possui um longo caminho no futebol e, daqui a cinco anos, pensa em estar no patamar de time europeu. “Eu me vejo em uma liga muito forte, em um clube muito forte. Bater uma das minhas metas, que é sair para a Europa, daqui a 5 anos eu me vejo nesse patamar. Acho que estou caminhando muito bem para esse momento da minha vida, que é um momento que eu estou buscando muito”, revelou.

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