Lula é o único capaz de derrotar as "forças bolsonaristas", diz Edinho Silva
Redação RedeTV!O prefeito de Araraquara retrata o negacionismo em seu livro “Uma cidade na luta pela vida: da pandemia ao 8 de janeiro”
(Foto: Divulgação/RedeTV!)
O prefeito de Araraquara e um dos principais dirigentes do PT, Edinho Silva, classificou a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como importante para o combate das “forças bolsonaristas”. A declaração do político ocorreu durante entrevista ao "É Notícia”, desta quinta-feira (23).
Em fevereiro deste ano, Lula afirmou em entrevista ao programa que, se tivesse saúde e sua candidatura fosse importante para derrotar a extrema-direita e a ameaça a democracia, ele poderia concorrer novamente. Edinho acredita que o governante é fundamental para o futuro democrático do país.
“Se a eleição fosse hoje, a única liderança capaz de derrotar essa força política conservadora sustentada pelo bolsonarismo seria o presidente Lula. Não temos no Brasil de hoje nenhuma outra liderança capaz de derrotar. Se nós tivermos os partidos de inspiração democrática mais fortalecidos do que estão hoje, mais organizados, certamente em 2030 teremos condições de termos uma liderança que substitua o presidente Lula. Mas hoje não temos!”, afirmou.
Apesar de Jair Bolsonaro não estar mais no poder e ter sido declarado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como inelegível pelos próximos oito anos, o ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social no governo Dilma ressalta que o bolsonarismo ainda não foi derrotado e que uma nova tentativa de golpe, como o 8 de janeiro, pode se repetir.
As invasões às sedes dos Três Poderes em Brasília (DF) aconteceram uma semana após a posse oficial de Lula. Naquele domingo, 8 de janeiro, golpistas vestidos de verde e amarelo depredaram móveis, carpetes, vidraças, presentes oferecidos por chefes de Estado e obras de arte na busca por um golpe de Estado que fracassou. Na ocasião, Lula visitava Araraquara para avaliar os danos causados pelas fortes chuvas que se estendiam desde o final de 2022 e prestar solidariedade às vítimas da tragédia. O presidente foi recepcionado por Edinho, que acompanhou de perto a reação do chefe da República aos ataques.
Em seu novo livro, “Uma cidade na luta pela vida: da pandemia ao 8 de janeiro”, da editora Alere, o dirigente aborda como Araraquara enfrentou a pandemia de Covid-19 sob seu comando. Ao jornalista Kennedy Alencar, o prefeito contou como nasceu a ideia do livro e porque quis escrever sobre essas histórias.
“Eu comecei a amadurecer essa ideia de escrever um livro em 2021, quando nós tínhamos a ideia de que a pandemia estaria passando. As vacinas chegaram e nós começamos a intensificar a vacinação. Ali começou a dar um pouco mais de conforto para quem estava a frente da gestão e eu comecei a refletir tudo aquilo que nós havíamos passado. Construir processos decisórios no meio de uma pandemia que ninguém sabia o que era, que a ciência não tinha nenhum acúmulo, não sabíamos o impacto que a contaminação poderia gerar e tínhamos que tomar decisões para impedir que as pessoas adoecessem”, contou.
Em sua obra, Edinho defende a relação entre o negacionismo da ciência e da democracia. Segundo ele, é possível associar o mau gerenciamento do governo Bolsonaro durante o enfrentamento da Pandemia de Covid-19 aos ataques às Sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro.
“Se nós compararmos o que foi enfrentar a pandemia, no caso de Araraquara, com o Bolsonaro atacando a cidade todos os dias, falando contra o uso de máscara, tentando desqualificar a vacina, afrontando tudo aquilo que a ciência dizia que era correto. Se você pegar o caldo de cultura que isso cria na sociedade brasileira, tem tudo a ver com o mesmo caldo de cultura que alimenta a tentativa de golpe”.
O dirigente petista disse ainda que o antigo governo tinha inspirações fascistas. ”O governo Bolsonaro organiza sua política de comunicação no livro de Hitler [Mein Kampf]. Portanto, ele se inspira no fascismo para poder criar sua política de comunicação no governo e ele cria um ambiente no país onde as pessoas iam para as ruas confrontar as medidas corretas de enfrentamento à pandemia.”
Segundo ele, aqueles que desobedeciam às medidas protetivas durante pandemia e aqueles que depredaram a Praça dos Três Poderes integram o mesmo grupo. “Os bolsonaristas iam pra rua, faziam manifestações na frente da prefeitura, quando eu decretava medidas de isolamento. E é esse mesmo caldo de cultura que alimenta os inconformados que foram para as ruas de Brasília para propor uma tentativa de golpe. O 8 de janeiro foi uma tentativa de golpe!”, alega.
Pandemia de Covid-19
Ainda que o ritmo de contaminação por Covid-19 tenha reduzido desde a vacinação, o Brasil ultrapassou as 700 mil mortes desde o início da pandemia em 2020, segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
Edinho Silva classificou a disseminação da doença como a maior tragédia humanitária nacional. Contudo, alegou que, caso o Sistema Único de Saúde (SUS) fosse usado corretamente durante a gestão de Bolsonaro, muitas perdas poderiam ter sido evitadas.
“O Brasil é o único país do mundo que tem um sistema de saúde com a capilaridade que o SUS tem, um sistema de saúde público [...] Se o presidente da República tivesse utilizado o SUS pra orientar a população no enfrentamento a pandemia, se o presidente tivesse incentivado o isolamento, como outros países fizeram, e se o presidente tivesse incentivado a vacinação, mas ele fez chacota da vacina. Então, certamente, se isso fosse feito pelo governo federal e se o presidente usasse sua força para salvar vidas, centenas de milhares de brasileiros não teriam morrido. Isso não tenho dúvida!”
Veja também!
- Comissão do Senado aprova taxação de fundos exclusivos
- Carro explode na fronteira entre EUA e Canadá
- Desenrola: dia D tira dúvidas sobre programa de renegociação
Confira o nosso canal 'Notícias RedeTV' no Youtube: