09/04/2025 13:46:00 - Atualizado em 09/04/2025 14:21:00

"Tinha sede de vida", diz mãe de jovem exposta por estudantes de medicina

Ana Souza / Redação RedeTV

 Caso gerou indignação e mobilizou a família, que busca justiça

(Foto:Reprodução/Redes Sociais)

Vitória Chaves da Silva, de 26 anos, passou por três transplantes de coração e um de rim, mas acabou morrendo em 28 de fevereiro, vítima de um choque séptico e insuficiência renal. Ela estava internada no Instituto do Coração (InCor), do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

Nove dias após sua morte, duas estudantes de medicina publicaram um vídeo no TikTok zombando do caso. O conteúdo foi retirado do ar nesta terça-feira (8), após forte repercussão negativa.

Diante da exposição, a irmã da jovem, Giovana Chaves dos Santos, e a mãe, Cláudia Aparecida da Rocha, decidiram acionar o Ministério Público de São Paulo (MPSP).

“A gente sempre acompanhou a Vitória. A gente sabia o quanto ela lutava para viver, né? Tanto é que tem um monte de ofício na Promotoria da gente pedindo ajuda com medicação, com passagem para vir no tratamento. Ela nunca faltou numa consulta sequer, né? E minha filha tinha sede de vida. Tudo o que ela queria era viver. Aí vem uma pessoa e diminui a história dela, eu não aceito, quero Justiça”, contou Cláudia.

A mãe espera que o caso sirva de alerta para a gravidade do bullying e da cultura de humilhação, especialmente em ambientes acadêmicos e profissionais da área da saúde, que deveriam prezar pelo respeito e pela empatia. “Nenhuma mãe deveria passar por essa dor”, desabafou. A família agora busca justiça e espera que os responsáveis sejam devidamente punidos.

Leia a íntegra da nota da FMUSP, em nome do InCor:

“A FMUSP esclarece que as alunas envolvidas na ocorrência são graduandas de outras instituições, que estavam no hospital em função de um curso de extensão de curta duração (um mês). Atualmente, não possuem qualquer vínculo acadêmico com a FMUSP ou com o InCor.

Assim que foi tomado conhecimento do fato, as universidades de origem das estudantes foram notificadas para que possam tomar as providências cabíveis.

Internamente, a FMUSP está tomando medidas adicionais para reforçar junto aos participantes de cursos de extensão as orientações formais sobre conduta ética e uso responsável das redes sociais, além da assinatura de um termo de compromisso com os princípios de respeito aos pacientes e aos valores que regem a atuação da instituição.

A FMUSP repudia com veemência qualquer forma de desrespeito a pacientes e reafirma o compromisso inegociável com a ética, a dignidade humana e os valores que norteiam a boa prática médica.

A instituição reforça ainda a missão de formar profissionais comprometidos com a excelência e com o cuidado humano, valores que são inegociáveis em nossa Instituição.”

O Ministério Público confirmou o recebimento da denúncia e informou que o caso foi encaminhado ao 4º Promotor de Justiça de Direitos Humanos da capital, que ainda analisa o processo.

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